Em 2005 foi aceite pela Fundação Portugal-África e pelos parceiros que a continuam a executar o Projecto que para que as Memórias de África e do Oriente mantenham as expectativas criadas por parte dos utilizadores, teria de investir nos conteúdos digitais.
Os utilizadores da Internet de 1997, altura em que se deu início à recolha de registos bibliográficos, ficavam satisfeitos com a possibilidade de poderem pesquisar num ponto centralizado sobre o conteúdo de múltiplas bibliotecas e desta forma saberem "onde se encontravam as fontes" para os seus trabalhos de pesquisa. A pesquisa descentralizada era um trabalho inovador.
Com a evolução dos sistemas de informação e dos sistemas de comunicação entretanto ocorridas, os utilizadores hoje em dia esperam não só saber "onde se encontram as fontes" de informação mas também ter imediato "acesso às fontes", ou seja, ter acesso aos conteúdos na sua forma digital. Note que o termo ter "acesso às fontes" não implica necessariamente em ter "acesso gratuito às fontes".
A criação de uma biblioteca digital tem implicações diversas, como sejam: o custo de digitalização dos espólios relevantes das instituições ou a aquisição de obras em formato digital e, principalmente, gerir os problemas relacionados com os direitos de autor das obras.
A realidade de uma grande quantidade das obras que são referenciadas no Projecto é contudo muitas vezes diferente. Em muitos casos - nomeadamente quando falamos de edições de obras de países africanos - a sua tiragem é pequena, encontram-se esgotadas (não permitindo por isso a aquisição de uma cópia da obra), ou não possuem publicação internacional.Nestes casos, a digitalização e disponibilização pela Internt é a única forma possível de acesso à mesma.
À semelhança do ocorrido com a recolha dos registos bibliográficos, também o critério de escolha de quais as obras a digitalizar deve reger-se por princípios como, por exemplo, ser uma obra de grande procura e de difícil acesso. Devido aos elevados custos que esse processo acarreta, esta é a única forma de fazer com que a Biblioteca Digital continue a ser um instrumento de trabalho e de democratização no acesso à informação e não um mero repositório de conteúdos digitalizados.
O repositório resultante do processo de digitalização e disponibilização de obras é denominado Biblioteca Digital e pode ser consultado de modo livre.